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Amy Santos • 22 de setembro de 2020

Liderança X Armadilhas do Ego

5 armadilhas do Ego

A crença doentia em sua própria importância ou “ego”, pode ser uma trava em seu desenvolvimento pessoal. Sim, o mesmo ego que impulsiona empreendedores para o sucesso também os torna vulneráveis, arrogantes e egocêntricos.

Neste post não vou me referir ao conceito freudiano de ego, mas ao “senso de superioridade” e da certeza que excede o “bom senso” e limites de “autoconfiança do talento”, ou seja, o ego neste contexto, pode ser seu maior inimigo.

O ego transforma assertividade em arrogância, posicionamento em teimosia e confiança em imprudência. Essa falta de conexão com o mundo real acaba inibindo o sucesso verdadeiro que poderíamos conquistar, se não ouvíssemos essa voz que insiste que somos melhores do que de fato somos.

• Seja qual for sua aspiração, o Ego é seu inimigo.

Ao longo da vida, as pessoas estão num destes três estágios:  
 1. ou estão desejando algo
 2. ou encontraram o sucesso
 3. ou vivenciam fracassos

Em qualquer destes estágios, o ego é o seu inimigo.

Enquanto desejamos, estamos no início da jornada, quando temos um objetivo. Acreditar em si mesmo é uma característica comum encontrada nas pessoas que atingem alguma notoriedade; pois, bem.

Encontrar a armadilha do ego consiste em saber como foi construída esta crença, pois, se estiver embasada em realizações ou conquistas mais lentas e concretas, tudo bem; diferente disso, ascensões meteóricas são seguidas de quedas desastrosas.

A ideia que nos encoraja, garantindo que podemos fazer qualquer coisa que desejarmos, ao invés de nos fortalecer, acaba nos enfraquecendo, pois, nos faz acreditar que temos direito a conquistas antes de mesmo de nos esforçarmos para merecê-las; mas, onde está o problema? 

A questão é que quando acreditamos que somos melhores do que de fato somos ou que somos inquestionáveis, ou imparáveis, sem antes nos dar a chance de uma autoavaliação, de rever caminhos, decisões, então, o ego nos faz pensar que já estamos prontos; o que inibe o real crescimento.

O correto seria um distanciamento natural de si mesmo, avaliar de longe, o que acontece em sua própria mente. 

Não é tão simples resistir à tentação das palavras, à vaidade das possíveis conquistas que estão dentro da mente, como um prenúncio de ideias e conjecturas de algo que não é palpável, não é real. Aqui cabe uma atenção, se seus planejamentos e atitudes não estão te conduzindo para lá, tudo é vaidade.

A cilada está no gasto de energia em elaborar e expressar ideias quase perfeitas para aquilo que se quer; desproporcional à disciplina para a execução, mantendo o silêncio e agindo mais, caminhando em direção aos objetivos, portanto, considere:
  •  Torne-se um Aprendiz: 
Quando assumimos o papel de aprendiz, naturalmente, impomos limites ao ego; partimos do pressuposto de que o aluno não necessariamente deve superar seu mestre. Subordinar-se a alguém coloca a ambição em perspectiva.

Ser aprendiz também sugere melhoria constante, o que, apesar de desafiador, o ajuda a evoluir. Esse caminho é bem melhor do que quando deixamos o ego livre, julgando que sabemos de tudo. Essa postura é limitante, pois, impede que nos preparemos adequadamente. 

O ganho: “Aceitar que outras pessoas sabem mais do que você pode te beneficiar com o conhecimento delas, esforçando-se para conseguir isso e acabando com as ilusões que tem a respeito de si mesmo”.

  • Não seja um apaixonado:
A paixão é cega. O mundo estimula que se viva ou se aplique com paixão aos seus objetivos, mas esta mesma paixão pode impedir que você obtenha o sucesso que almeja. Porque a visão apaixonada turva o olho e afasta a necessária clareza e ponderação que precisamos para lidar com problemas complexos.

Ao invés de paixão, usar de realismo e propósito. O propósito, aqui é colocado como uma “paixão com limites” e o realismo traz o distanciamento que precisamos para avançar.

Enquanto a paixão tem o EU com foco, o propósito persegue algo que é externo. A paixão olha para a forma, enquanto o propósito se concentra na utilidade. Já o realismo, também necessário, nos indica como agir, por onde começar, o que fazer e quais parâmetros analisar.

  • Siga a Estratégia da Tela em Branco:
Adotar uma atitude humilde é sempre um bom caminho. É possível conquistar o próprio sucesso ajudando os demais. Isso significa focar em promover as pessoas que lhe rodeiam ao invés de lutar por reconhecimento pessoal. Essa estratégia substitui a compensação de curto prazo e o impulso egocêntrico de receber os créditos de forma imediata por uma compensação futura que virá com os juros que essa postura irá acumulando ao longo do tempo. É a troca do ego pela generosidade.

  • Liberte-se dos seus pensamentos:
Considere o aqui e agora. A criatividade, que é tão poderosa e positiva, pode se tornar uma ameaça quando deixamos nossos pensamentos fluírem livremente. 

A cilada está em ser impedido de ver a realidade e participar dos eventos que acontecem à sua volta, mantendo-o numa ilusão de que você já é vencedor de batalhas que ainda nem enfrentou.

Ao perceber a existência dessa fantasia, o treino está em refreá-la, impedindo o seu desenvolvimento. Para isso, é preciso estar no controle de nossas percepções, vivendo no momento presente, apesar da realidade, muitas vezes ser diferente do que gostaríamos.

  • O perigo do orgulho precipitado:
O orgulho nos afasta das outras pessoas e nos conduz à arrogância. Na busca pelo sucesso, ele é prejudicial porque acaba interferindo na capacidade de cada um de “aprender, adaptar-se, ser resiliente, construir relacionamentos”. Essa “prepotência dos iniciantes” faz com que a gente acredite que uma conquista pequena e desimportante é um feito memorável. Isso é o ego entrando em ação, alterando a percepção da realidade e distorcendo o seu julgamento.

O ideal é não se deixar levar por esse tipo raso de conquista que se fundamenta na realidade; permita-se receber feedback e esteja atento ao mundo ao seu redor. 

“Precisamos proteger a autoconfiança exagerada da obsessão por nós mesmos” 
Ryan Holiday

Inspiração: Livro O Ego é seu Inimigo, Ryan Holiday

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