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Amy Santos • 26 de setembro de 2020

Ego X Humildade que precede o resultado

Sim, parece contraditório trazer um post sobre ego (não no sentido freudiano); aqui falaremos sobre o comportamento egocêntrico e mascarado de nossas “melhores versões”, em um mundo cada vez mais carente de likes, views, curtidas, compartilhamentos, sininhos e afins, coisinhas do tipo que fortalecem o ego e trazem pouco ou nenhum resultado, sendo estes ainda questionáveis; falo aos que buscam o autoconhecimento: melhorar como pessoa, sendo a melhor versão de si mesmos. 

• Trabalho, muito trabalho:

É importante saber a relevância do trabalho para alcançar resultados desejados. Somente ter uma grande ideia não é o suficiente. 

“Uma reputação não é construída com aquilo que se pretende fazer”. 
Henry Ford

Tirar projetos do campo das ideias e projeta-las no mundo real, consolidando-as de fato, exige muito trabalho e dedicação.

Tudo está ao alcance de qualquer pessoa, desde que ela tenha a humildade e o empenho necessários para trabalhar continuamente. 

Nosso ego, ao contrário, quer que acreditemos que apenas pretender fazer já seja suficiente: “o que vale é a intenção”, pensamos; ao invés de dar créditos ao ego, que se satisfaz com a glória e atenção por falar sobre projetos que nunca sairão do campo das ideias, devemos nos esforçar e investirmos em efetivar nossos sonhos, planos e metas.

Trabalhar sem se importar com aplausos, mas dedicado no que precisa ser feito, simplesmente: faça.

• Sucesso:

Alcançar o sucesso pode ser um feito delicado para ao ego, pois ele pode te fazer acreditar que é especial e/ ou melhor que os outros. Ao supervalorizar suas conquistas, ele freia sua evolução. 

É como se lhe dissesse que você não precisa aprender mais nada, pois já sabe tudo. Cuidado, porque pensar dessa forma pode destruir a você, assim como destruir tudo o que conquistou.

• Seja sempre um aprendiz:

Novas conquistas, situações novas, novos desafios e, portanto, novos aprendizados; para novas conquistas, também novos conhecimentos, que a própria situação pede.

Para o crescimento consistente, há que se falar na humildade do aprendizado contínuo e das contribuições necessárias para consolidar conhecimentos e subir de patamar.

• Saber mais é ter consciência de nunca saber o bastante e isto é necessário. 

Resistir a pressão social de exibir mais e mais conhecimento, ou que atingiu pleno domínio sobre determinado assunto, como se fosse o “sabe muito, sabe tudo” é se amparar numa segurança que só nos torna frágeis.

Continuar estudando é como um remédio (humildade) para repelir nossa arrogância de se achar superior ou de acreditar que já sabe o caminho. “No segundo que deixamos o ego nos dizer que estamos prontos, o aprendizado para”. Não permita que seja assim.

“Não importa os feitos conquistados até então, continue sempre como um aprendiz”

• Não conte uma história a si mesmo:

Criar histórias baseadas em eventos passados pode ser uma cilada, pois isso pode nos levar à arrogância.

Uma vez estando distantes dos fatos e das pessoas envolvidas, também podemos nos empolgar e exagerar nos feitos e conquistas; outro erro são os comentários do tipo: “eu sempre soube”, ao referir-se sobre eventos incontroláveis que não dependiam de você.

Estes comportamentos acima acabam trazendo a falsa impressão de que você possui um poder que, na verdade, não tem; 

Também não dê ouvidos a elogios como “gênio”, falado pelos outros ou pelo próprio ego. Os rótulos, de modo geral têm o potencial de nos colocar em conflito, fazendo-nos crer que somos melhores do que de fato somos.

Também nos fazem supor que o sucesso é uma etapa natural na nossa história. Isso nos faz perder a referência e deixamos de associar o sucesso ao árduo trabalho que o antecede. Para não nos deixarmos levar pelo ego, devemos ficar atentos aos feedbacks recebidos.

• O que é importante para você?

Provar que você é bom em algo é uma busca interminável, que pode nos fazer desperdiçar uma boa parte de nossas vidas, fazendo coisas que não gostamos para provar algo às pessoas que não respeitamos e conseguir coisas que não queremos; e o ego é o responsável por isso.

De forma invejosa, o ego compara as pessoas, fazendo o indivíduo se sentir sempre inferior. É por isso que precisamos sempre de mais e mais. A competitividade é uma força fundamental, mas é importante ter clareza sobre os motivos pelos quais você está competindo. Você precisa ser melhor ou ter mais que alguém? Qual o seu propósito? O importante nunca será superar o outro e sim “corresponder àquilo que você é, sem sucumbir a todas as coisas que o afastam disso”.

• Arrogância e Controle:

Quando as coisas começam a dar certo, uma tendência bastante comum é superestimar o próprio poder. Isso acontece porque o caminho que o levou a ter sucesso, muito provavelmente, não foi fácil. Dúvidas, rejeições, riscos costumam fazer parte desta caminhada. Ter superado tais obstáculos o faz crer que você é detentor de algum dom ou poder especial.

Então, a mesma autoconfiança que foi fundamental para que você chegasse onde chegou acaba se tornando um grande risco se não for controlada, pois pode virar arrogância. Outra consequência é você se tornar excessivamente controlador. 

Ao invés disso, melhor seria estabelecer os “objetivos e prioridades de sua vida”, buscando apenas produzir resultados.

• Cuidado com a doença do EU:

O reconhecimento que recebemos quando conquistamos algo pode ter um efeito devastador. Tais honras alimentam o ego, validando-o. De tanto sermos elogiados, começamos a achar que “recebemos o que nos é de direito”. 

Esses prêmios extras, que não faziam parte dos objetivos que nos motivaram a chegar ali, acabam tornando-se necessários. Passamos a precisar daquela atenção ou título. Isso é ilusório e nos leva a perder o sentido da verdadeira missão que tínhamos inicialmente. Acabamos sendo levados pelo ego e nos tornando quem jamais almejamos ser. Essa é a doença do EU, uma perigosa ironia que vem junto com o sucesso.

Obviamente o problema não é querer ser lembrado ou valorizado, mas a importância atribuída a esse reconhecimento em detrimento do que nos levou a sermos reconhecidos. O desafio pessoal está em encontrar o equilíbrio.

Não importa onde você esteja ou o que está fazendo, seu pior inimigo está sempre com você - seu ego. "Não é o meu caso", você pensa.


Este post é uma continuação da publicação anterior: “Liderança X As Armadilhas do Ego”:
www.asercarreiras.com.br/lideranca-x-armadilhas-do-ego

Inspiração: Livro O Ego é seu Inimigo, Ryan Holiday
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