E agora, RH’s?
O homem, é um ser social, e dentro deste contexto, existem muitas demandas afetadas pelo distanciamento social deste momento; estas necessidades sofreram um abalo e se olharmos a bem elaborada pirâmide de necessidades de Maslow (Abraham Harold Maslow), este afetar fica mais evidente ainda, como segue:
Esta ilustração bastante familiar, representa nossos processos construídos e melhorados ininterruptamente, conforme a estrutura organizacional nos permitia, até então.
Ao mesmo tempo em que buscamos reconfigurar as estruturas de trabalho, para assegurar o engajamento com qualidade sustentável e dentro dos parâmetros e recursos que temos, este desafio se torna hercúleo, isso porque a necessidade se deu em escala mundial, afetando todos os modelos organizacionais e muitas empresas não tinham o preparo mínimo para se reorganizar e dar continuidade a suas demandas.
Considerar que as “estruturas da pirâmide” foram fortemente abaladas é no mínimo racional a fim de entendermos nossos
desafios pela frente, como Recursos Humanos, no que tange a manutenção dessas necessidades do ser social, agora isolado, inseguro e privado de sua convivência social, baixa contribuição e interação entre equipes, trabalhos sobre pressão e estresse, ainda tendo de lidar com a insegurança de se garantir como profissional na ativa.
A questão aqui é que o medo é paralisante, diante de tantas incertezas, o principal recurso que o homem tem é a socialização, compartilhamento de experiências, recursos, aproximação, até para diminuir o encolhimento que este estresse e sofrimento provocam e é justamente no caminho inverso desta aproximação social, que os especialistas em saúde apontam a contenção deste mal (isolamento).
"Condições perigosas nos tornam mais - e não menos - sociais", diz Deroy. "Lidar com essa contradição é o maior desafio que enfrentamos agora."
Considerar que temos um inimigo implacável, invisível quais serão as conformidades e/ou restrições que uma vez aplicadas garantem o conforto de uma segurança mínima ainda que não seja definitiva?
Como tratar a ausência de contato humano em uma área centrada no ser humano?
Desejamos que não haja nova onda de pandemia mundial, mas não há garantias de que será o único ou último desastre que impactou nosso modelo de trabalho;
- Considere que estamos num momento histórico no mundo e em nossas carreiras, se tão somente olharmos para os desafios que se configuraram: gerenciar a força de trabalho, nortear processos remotos, fazer interface de entre áreas, dar e receber feedbacks num volume maior e fazer micro gerenciamentos para que tudo corra bem, exige quase superpoderes dos RH’s, mas por quê?
- Talvez falta de recursos (pessoal e material), falta de preparo, treinamentos adequados, ausência de sistemas eficientes e acessíveis bem parametrizados que garantam a segurança das informações, ou ainda, processos adequados e confiáveis, bem, estes são apenas alguns dos desafios que temos enfrentado. - Estar num nível de engajamento que lhe permita assegurar-se destas questões e ainda, protagonizar mudanças e melhorias que facilitem os acessos e maior engajamento das equipes, é um diferencial competitivo e de grande relevância neste cenário de transformação.
- Já faz parte dos processos de RH, estimular lideranças mais flexíveis e democráticas e menos controladoras, também, incentivar o trabalho remoto, horários flexíveis e acessibilidade dadas transformações do cenário corporativo e as demandas de mobilidade pessoal no mundo globalizado, dentro do curso normal dos negócios, muito mais agora.
Afinar a assertividade e a autodisciplina
- Com o trabalho remoto, é necessário manter o foco e a tarefa. Você será responsável por encontrar maneiras de manter motivada a força de trabalho a que serve nessas áreas; portanto, só faz sentido começar desenvolvendo força de vontade e determinação em si mesmo, primeiro.
- E com a distância vem o desapego, então você vai querer descobrir como se projetar de maneira assertiva nas tomadas de decisões e nas conversas que já não acontecem mais em uma sala de conferências, mas através de apresentações virtuais, chamadas a qualquer hora por aplicativos ou por e-mail.
- Estar apto a projetar e analisar cenários em conjunto com outros líderes, atuar de maneira mais estratégica e proativa, pode reduzir as inseguranças e ainda apoiar ou orientar decisões de grande impacto no ambiente corporativo.
Prepare-se para Cuidar dos Trabalhadores
- Prevenção:
Com a pandemia em alta, pelo menos na cabeça das pessoas, provavelmente você será solicitado a lidar com questões de saúde e bem-estar dos funcionários, não somente em relação a esta pandemia, mas com questões relativas à prevenção e manutenção da higiene do local de trabalho e na prevenção de doenças.
- Proatividade:
O RH precisará ser proativo e talvez mais rigoroso no apoio aos funcionários daqui para a frente, por meio de políticas de licença médica mais generosas, apoio à saúde física, mental e ter uma atuação mais presente nos setores de saúde e segurança do trabalho; garantir o asseio, disponibilidade de EPI’s e outras medidas que possam garantir a segurança e saúde dos profissionais.
- Resiliência e Dinamismo:
Estar pronto para integrar e demitir pessoas, ser a interface nas questões burocráticas, de qualidade, saúde e segurança, comunicação, entre outras sem perder de vista a complexidade e volume de informações administradas pelo RH, exige muita resiliência e dinamismo, dada a velocidade de transformação que estas demandas exigem.
- Mais estratégia e menos improviso:
Estar aberto para o novo e num estado de alerta para as mudanças recorrentes, norteando estrategicamente novas direções e necessidades de adequação, só será possível, num ambiente colaborativo, flexível e de constante transformação. Só a mudança é permanente.
A sensação de impotência nos RH’s, lidando com inseguranças e incertezas, conduzindo ou apoiando decisões de peso, muitas vezes reportando instruções e comunicados (dos governos), que parecem sem sentido, torna o cenário mais confuso e obscuro, portanto, com menos Recursos, ser mais Humanos e misericordiosos conosco e com o próximo é tudo o que precisamos agora.
Conclusão:
O isolamento social, embora necessário para fins de contensão da pandemia, priva o homem de uma de suas necessidades básica, a de unir-se em tempos de perigo para solidarizar-se humanamente.
“Podemos escolher recuar em direção à segurança ou avançar em direção ao crescimento. A opção pelo crescimento tem que ser feita repetidas vezes. E o medo tem que ser superado a cada momento”.
Abraham Maslow