Liderança na Prática

Introdução:

Neste post trazemos uma reflexão sobre alguns desafios que muitos profissionais tem enfrentado quando precisam assumir uma posição de liderança.

Muitas vezes, são profissionais talentosos, com uma formação adequada e um bom repertório e desempenho na organização. Esse novo líder precisa se posicionar e ainda abarcar novas responsabilidades; também vai se deparar com questões importantes no seu dia-a-dia, como por exemplo:

• Envolver-se diretamente com sua equipe;
• Saber compartilhar objetivos claros e definir prioridades;
• Fornecer feedbacks construtivos;
• Gerir conflitos de forma eficaz ;
• Saber utilizar-se de reuniões par incentivar bons resultados;

Vamos partir da premissa que essas questões acima, acontecem simultaneamente à construção de novas habilidades e competências do ponto de vista técnico, operacional ou até da gestão da cultura e processos organizacionais, agora conduzidos com maior responsabilidade.

Ainda que o profissional em ascensão esteja engajado e comprometido com bons resultados, liderar pede um pouco mais. Isso porque a liderança é uma competência e não um cargo ou posição hierárquica.

Quando os desafios pedem por soluções eficazes, engajamento e desenvolvimento de times, muitas vezes o líder se depara com seus gaps pessoais (lacuna), como dificuldades internas em assumir seu papel e mais que isso, quando há incongruências entre o que ele cobra ou ensina e seu estado emocional ou aquilo que ele acredita; sua autoestima, seus valores pessoais ou suas prioridades (algumas até inconscientes);

O líder,  menos operacional e mais estratégico

Mudar a visão operacional para executiva, antes focada em tarefas e eficiência, agora delegando e conduzindo pessoas a atingirem resultados como equipe; priorizando estratégias e objetivos maiores, abandonando a micro gestão em favor da macrogestão; tudo isso pode ser desafiador, mas por quê?

A liderança em seu pleno desempenho promove mudanças, impacta pessoas e exerce influência, transformando pessoas para atingir resultados; quando o líder não  está identificado às competências, todo esse contexto fica comprometido.

Pode acontecer uma lacuna, que chamamos de incongruência cognitiva, aquilo que eu ainda não superei, ou não está em mim e eu passo a exigir do outro, daí uma insegurança, inconsistência e até impotência emocional para lidar com os desafios propostos; neste ponto faz todo o sentido uma reflexão importante sobre seu papel e seu momento atual.

O líder precisa estar aberto não somente para os desafios da gestão estratégica e de times, mas também, aberto para feedbacks negativos, entender seus limites pessoais, buscar mecanismos de superação, enfim, exercer uma autogestão e higiene emocional adequadas para o amadurecimento de seu potencial e despojamento de vícios e comportamentos incompatíveis com sua posição.

O líder precisa se reconhecer como tal

Sim, com o tempo, dedicação, com um pouco de esforço, a tendência é que essas dificuldades amenizem, até porque o amadurecimento traz esse benefício;

O desafio se dá quando as demandas da liderança vão acontecendo aqui e agora e o profissional se sente despreparado, desamparado,  não tendo ferramentas e um estímulo adequado para esse novo posicionamento. Isso pode prejudicar o processo de desenvolvimento da liderança, a percepção desse papel e até ofuscar talentos promissores.

Reconhecer seu poder pessoal, entender quais são os pontos críticos de seu comportamento para melhorar sua performance e quais são as abordagens mais acertadas para resolução de suas demandas pode impactar e muito na sua jornada como líder.

Além disso, a jornada começa com pequenos passos, pequenos desafios, porém, com consistência e uma dedicação focada; a meta é estar no próximo nível, não para controlar ou saber mais que seus liderados, antes, é para exercer a influência e segurança necessárias para o engajamento de seu time.

Ser a pessoa adequada para liderar passa primeiro pela identidade de líder, você precisa se perceber como tal, adequado ao que se propõem a realizar e no mínimo, assumir as demandas dessa competência para depois focar no desenvolvimento e desempenho de sua equipe; isso envolve mentalidade de líder; essa competência não pode ser simplesmente uma nomeação hierárquica, um cargo.

Enquanto atua de fato, primeiro o líder deve se envolver com a equipe, entender e dar suporte às pessoas de seu time, para então, conhecer melhor as necessidades individuais e da equipe, para colaborarem juntos com a organização. Depois disso, eles devem definir objetivos e metas claros, alinhados com os interesses da organização.

A maturidade vem com o tempo, os desafios acontecem aqui e agora.

Esse esforço conjunto e proposital, não acontece de maneira espontânea muitas vezes, porque num mesmo time, há diferentes pessoas, com níveis de interesses, maturidade e entregas muito diferentes; se o líder também abarca dificuldades pessoais e não tem as competências de liderança amadurecidas, dificilmente alcançará os resultados propostos, isso porque ele mesmo não se reconhece como tal, falta-lhe maturidade e experiência que validem seu posicionamento e nem sempre há pessoas reforçando e encorajando esse líder.

Para concluir, quando a liderança falha na gestão, há consequências negativas para a equipe e para a empresa como um todo. Isso inclui desmotivação, baixa produtividade, maior taxa de turnover, divisão entre os membros da equipe, ambiente de trabalho tenso, competitividade interna e desproporcional, muitas vezes; erros aumentados; falhas no atendimento aos clientes e um impacto nos resultados esperados.

Percebemos que o autoconhecimento e desenvolvimento contínuo do líder se faz necessário. Além disso, ele deve focar no bom desempenho dos membros da equipe, promover a troca de ideias e fornecer treinamento prático; agora, como fazê-lo se o líder se vê identificado com as mesmas deficiências?!

Falaremos mais, nos próximos posts!